A última vez
Ana Júlia Vilela e
Roberta Sant'anna
Galeria Prego
2018
english below soon
A última vez
Ana Júlia Vilela e Roberta Sant’Anna não se conhecem, mas mesmo assim, em tempos diferentes, desenvolveram poéticas que apontam para um mesmo lugar que não se sabe se ainda existe ou se é apenas uma memória distante.
Em “a última vez”, se propõe indiciar a existência ubíqua desta memória como presença de um monumento que ora se impõe como um lugar, ativado pela afetividade, pelo cotidiano e, principalmente, pela criação de memórias coletivas e ora se mostra como sendo um não-lugar, existindo apenas pela função específica que exerce. No caso dos trabalhos tanto de Roberta Sant’Anna quanto de Ana Júlia Vilela, este monumento é expresso pelas construções atemporais das piscinas.
As fotografias de Roberta Sant’Anna operam como um “certificado de presença” dessa memória, atestando incondicionalmente que ela, de alguma maneira, existiu. Ainda assim, o isolamento das pessoas frente a magnitude das construções dos parques nos lembra que aquelas estruturas não sustentam as pessoalidades que elas lhe atribuem.
Ao mesmo tempo, a fotografia não é a recordação de um instante, mas de uma forma. É sobre essa forma, que se desgasta pelo próprio processo do recordar, que Ana Júlia Vilela pinta. Nos grandes formatos principalmente, as piscinas nos lembram mais claramente dessa característica impositiva que os monumentos adquirem por imporem determinada imagem de si e que o estímulo de pessoalidade que torna os parques aquáticos Lugares é momentâneo e o que permanece são essas estruturas fabricadas, impositivas e impessoais. Mas como palimpsesto, essa própria memória se mostra dotada de pessoalidade e afetividade, mesmo que quando lembrada pela última vez.
For the last time
Soon